Modernidade Líquida de Bauman: o que é?

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Modernidade Líquida de Bauman: o que é?

Modernidade Líquida de Bauman: o que é?

Por Guia do Estudante 

Fluidez” é a qualidade de líquidos e gases. (…)

Os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantêm sua forma com facilidade. (…)

Os fluidos se movem facilmente.

Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam”, “transbordam”, “vazam”, “inundam” (…)

Essas são razões para considerar “fluidez” ou “liquidez” como metáforas adequadas quando queremos captar a natureza da presente fase (…) na história da modernidade.

Modernidade Líquida de Bauman: o que é?

Antes de tudo, o trecho acima faz parte do livro Modernidade Líquida de Bauman (1925 – 2017).

Bauman era professor emérito das universidades de Leeds (Inglaterra) e Varsóvia (Polônia).

É também um dos mais importantes sociólogos da atualidade.

O livro dele traz um pensamento crítico sobre as transformações sociais e econômicas trazidas pelo capitalismo globalizado.

A modernidade líquida de Bauman seria o momento histórico que vivemos atualmente, em que instituições, ideias e relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de maneira muito rápida e imprevisível:

“Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os líquidos – caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma”.

Bauman

Para melhor compreender a modernidade líquida, é preciso voltar ao período que a antecedeu, chamado por Bauman de modernidade sólida.

Ela está associada aos conceitos de comunidade e laços de identificação entre as pessoas, que trazem a ideia de perenidade e a sensação de segurança.

Na era sólida, os valores se transformavam em ritmo lento e previsível.

Assim, tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, a tecnologia, a economia, por exemplo.

Mas, ao contrário disso, alguns acontecimentos da segunda metade do século XX contribuíram para a perda da ideia de controle sobre os processos do mundo.

Entre esses itens, estão a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização,

Consequentemente, há incertezas quanto a nossa capacidade de nos adequar aos novos padrões sociais, que se liquefazem e mudam constantemente.

Liquefação das formas sociais

Nessa passagem do mundo sólido ao líquido, Bauman chama atenção para a liquefação das formas sociais.

Exemplo: o trabalho, a família, o engajamento político, o amor, a amizade e, por fim, a própria identidade.

Essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido.

Como resultado, há temor  do desemprego, da violência, do terrorismo, de ficar para trás, de não se encaixar nesse novo mundo, que muda num ritmo hiperveloz.

Assim, duas das características da modernidade líquida são a substituição da ideia de coletividade e de solidariedade pelo individualismo; e a transformação do cidadão em consumidor.

Nesse contexto, as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras (amor líquido).

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No lugar da vida em comunidade e do contato próximo e pessoal privilegiam-se as chamadas conexões, relações interpessoais que podem ser desfeitas com a mesma facilidade com que são estabelecidas, assim como mercadorias que podem ser adquiridas e descartadas. Exemplo disso seriam os relacionamentos virtuais em redes.

Pós-modernidade

A modernidade líquida, no entanto, não se confunde com a pós-modernidade, conceito do qual Bauman é crítico.

De acordo com ele, não há pós-modernidade (no sentido de ruptura ou superação).

O que existe é uma continuação da modernidade (o núcleo capitalista se mantém).

Só, que agora, a lógica é diferente.

A fixidez da época anterior é substituída pela volatilidade, sob o domínio do imediato, do individualismo e do consumo.

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